Telenovela continua: Decapitado o professor de história Samuel Paty, nos subúrbios de Paris.
Uma mensagem foi dirigida ao Presidente francês, Emmanuel Macron, apelidado de "o líder dos infiéis". "Executei um dos cães infernais que ousou menosprezar Muhammad [o profeta Maomé]", explicitaria esta mensagem assinada por "Abdullah, o servo de Alá".
Recordando o que escrevi há tempos:- Os extremismos são perigosos e autodestrutivos. Adolfo Hitler, homem da extrema-direita da Alemanha, foi igual, a Enver Hoxha, figura da extrema-esquerda da Albânia.
A extrema-direita está a ressurgir paulatinamente nas democracias (tanto no Ocidente como na Índia, no Japão, etc.) por causa dos sucessivos erros dos governantes «politicamente corretos». Vamos abstrair vários fatores e concentrar, apenas num, no espaço físico, lugar, terra de maiorias.
Tomemos dois exemplos: Moçambique e França.
A maioria africana de Moçambique da era colonial, durante séculos, teve plena consciência de que uma minoria vinda de Portugal sobrepôs-se à sua vontade e modo de vida: racismo, exploração, desemprego, fuga das matérias-primas, etc., enquanto os colonos, que fugiram da miséria existente nas aldeias de Portugal e gerada por Salazar, viviam magnificamente nessa colónia.
Liderados pela Frelimo e fartos de sofrimento revoltaram-se e tomaram medidas extremas ao pegarem em armas até a vitória final. Mas eis que surgiu, posteriormente, o conflito Frelimo/Renamo.
França. Nos últimos anos receberam centenas de milhares de emigrantes muçulmanos (cerca de 4%, uma minoria portanto) que irritam muitos franceses por eles imporem a sua ideologia religiosa nas zonas onde vivem. Não todos mas um número bem grande são arrogantes, determinantes, dominativos, presumidos. Só dois exemplos aterradores: Cerca de 99% de francesas europeias casadas com magrebinos foram forçadas a aceitar o islamismo, seguindo as diretrizes dos imãs fundamentalistas. E o ataque ao «Charlie Hebdo».
A França, tal como no resto da Europa, tem uma população envelhecida e os novos ingressos foram vistos por governantes politicamente corretos como uma resposta à falta de mão-de-obra (barata). Mas inevitavelmente há problemas e a questão da migração dominará a sociedade por vários anos.
Portanto, temos uma minoria que veio do exterior que, segundo os nacionalistas, querem «colonizar» a França e o resto da Europa. Destruir a sua democracia, liberdade, história, usos, costumes. Logo, eles têm boas razões para retaliar como os moçambicanos nacionalistas.