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demolidor89

demolidor89

18 Set, 2007

Globalização

Para quem inventou o ZERO e possivelmente o resto, eles so podiam ser mestres de matemática. NÃO TENHAM MEDO !
Os professores portugueses sujeitam-se a ver esvaziadas parte das funções docentes Quando pensamos nas vítimas da globalização ocorre-nos imediatamente o exemplo dos operários do sector têxtil, sem formação nem capacidade de adaptação aos novos tempos. É fácil para quem, como eu, é um trabalhador diferenciado do sector terciário ter uma perspectiva positiva sobre este fenómeno, pois não sente o seu emprego ou fonte de rendimento directamente ameaçado. Pois desengane-se se assim pensa! O espectro de serviços-alvo de deslocalização não para de crescer, incluindo hoje actividades ainda há pouco tempo atrás julgadas como sendo intrinsecamente locais. O motor deste processo é a Índia. Este país começou por atrair serviços de baixo valor acrescentado, como os «call centers» e o «telemarketing», expandindo-se, rapidamente, para as actividades de «back-office», como a contabilidade e o processamento de salários. A seguir veio o desenvolvimento de «software», a análise financeira, os serviços paralegais e, mais recentemente, os exames e análises clínicas.
Um sector que julgávamos imune a este processo é o do ensino. Porém, uma empresa criada por um empreendedor indiano, designada TutorVista, lançou recentemente o serviço de explicações pela Internet. Por 100 dólares nos EUA (ou 50 libras no Reino Unido) alunos de vários graus de ensino têm acesso - sem limite de tempo - a explicações em várias matérias. Explicadores experientes e qualificados, trabalhando a partir dos seus lares na Índia, mantêm-se à disposição dos alunos 24 horas por dia, 7 dias por semana. Até ao fim de 2007 a empresa espera atingir 10.000 clientes, maioritariamente norte-americanos.
Depois das explicações o que virá a seguir? Krishnam Ganesh, o empreendedor por detrás da TutorVista, conta lançar um serviço de elaboração e de correcção de testes e de exames. Os professores portugueses, tal como os seus colegas dos países mais desenvolvidos, sujeitam-se, pois, a verem esvaziadas parte das suas funções docentes. Mas nem tudo são más notícias. Para o Ministério de Educação esta poderá ser a oportunidade para acabar com os erros crónicos nos enunciados dos exames nacionais.